A Atlântida Brasileira: A Cidade Submersa de Petrolândia (PE)
Imagine navegar por águas serenas, até que surge, como uma aparição misteriosa, o topo de uma igreja antiga. Essa cena, ao mesmo tempo bela e melancólica, é real — a famosa igreja submersa de Petrolândia, no sertão de Pernambuco. Este local, muitas vezes chamado de “Atlântida Brasileira”, tem atraído curiosos, fotógrafos, historiadores e amantes da natureza. Neste texto, vamos explorar: A origem e história da antiga Petrolândia; A construção da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga e o processo de inundação; Como se deu a realocação da população; Detalhes sobre a igreja submersa e outras ruínas visíveis; A memória coletiva associada à cidade submersa; O potencial turístico e cultural do local; Desafios ligados à conservação e ao tombamento; Perspectivas para o futuro; E, no final, uma dica de iluminação para sua casa 🌟.
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7/8/20256 min read
1. A origem da Velha Petrolândia
1.1 Nascente e primeiros assentamentos
A história da antiga Petrolândia começa no início do século XVIII. Registros indicam que a vila nasceu por volta de um bebedouro natural, rodeado por um jatobazeiro, que servia de ponto de encontro para vaqueiros e viajantes — daí inicialmente receber o nome de “Bebedouro de Jatobá” facebook.com+8nautica.com.br+8whatsmygate.com.br+8ighpetrolandia.wordpress.com+6revistas.ufpr.br+6assisramalho.com.br+6noticias.uol.com.br+1whatsmygate.com.br+1noticias.uol.com.br+2assisramalho.com.br+2nautica.com.br+2.
Em 1909, o local passou a atender pelo nome de Povoado de Jatobá, tornando-se cidade e, em 1935, renomeado “Itaparica”. Finalmente, em 1943, adotou o nome “Petrolândia”, em homenagem ao imperador Dom Pedro II, que havia autorizado a construção da ferrovia que passava por ali revistas.ufpr.br.
1.2 Infraestrutura e economia
Com a criação do Núcleo Colonial Agro-Industrial São Francisco (nos anos 1940, governo Vargas), Petrolândia acumulou relevantes estruturas:
Unidade de produção agroindustrial com laticínios, aviários, beneficiamento de cereais, charqueadas, fábrica de doces;
Infraestrutura de marcenaria, oficina mecânica, hospital e escola;
Clubes sociais, aeronáutica e crescentes trocas comerciais via estrada de ferro ighpetrolandia.wordpress.com.
A cidade cresceu graças ao arrojado projeto de colonização, modernização da agricultura e integração regional.
2. O processo de inundação (anos 1980)
2.1 Contexto nacional de desenvolvimento
Na década de 1970–80, o Brasil apostava no desenvolvimento hidroelétrico do rio São Francisco. Para suprir o Nordeste e fomentar irrigação, foram lançados grandes empreendimentos, como as barragens de Sobradinho e Itaparica.
Em Petrolândia, a Usina Hidrelétrica de Itaparica (hoje chamada Luiz Gonzaga), da Chesf, foi planejada entre os anos 1980, iniciando operação plena em 1990 whatsmygate.com.br+6revistas.ufpr.br+6noticias.uol.com.br+6.
2.2 O alagamento da cidade
Em 1988, a antiga Petrolândia foi inundada — e com ela, dezenas de povoados vizinhos assisramalho.com.br+1whatsmygate.com.br+1. Aproximadamente 834 km² foram cobertos por águas, afetando cerca de 10 400 famílias (cerca de 40 000 pessoas), espalhadas por PE e BA revistas.ufpr.br.
A empreitada foi justificada como passo decisivo para o fornecimento energético regional e irrigação, mas obrigou o deslocamento forçado da população.
3. Nova Petrolândia: entre progresso e luto
3.1 Reassentamento compulsório
Os moradores receberam lotes irrigados, casas em vilas próximas às margens da BR‑316 e apoio burocrático, mas relatos apontam para falhas estruturais na nova cidade — falta de saneamento básico, infraestrutura urbana e apoio a projetos culturais whatsmygate.com.br.
O desapontamento se refletiu em frases como:
“Eu ainda não gosto daqui… cidade boa era a antiga” revistas.ufpr.br.
E a ausência de referências físicas do passado reforçou um sentimento de “não-lugar” e melancolia coletiva revistas.ufpr.br.
4. A igreja submersa: símbolo e atração
4.1 O que sobrou e como se tornou ícone
Das ruínas submersas, a que mais se mantém visível é a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, com sua estrutura arquitetônica única despontando durante períodos de baixa água facebook.com+4assisramalho.com.br+4noticias.uol.com.br+4. Vista do alto, sua silhueta projeta-se sobre o lago, criando uma cena poética e dramática.
4.2 “Atlântida Brasileira”
O apelido deriva da lenda da ilha submersa de Platão. Turistas, mergulhadores e fotógrafos consultam os níveis da represa para planejar visitas a pé, de barco, jet ski ou caiaque — até mergulhos por vídeo podem revelar ruínas e fundações de construções assisramalho.com.br.
4.3 Tombamento e preservação
Em 2021, a Fundarpe decretou o tombamento da igreja ainda parcialmente submersa, reconhecendo seu valor histórico e cultural noticias.uol.com.br+2ighpetrolandia.wordpress.com+2nautica.com.br+2. Em seguida, houve vistoria técnica que identificou danos e vandalismos causados por visitantes imprudentes, especialmente uso de jet skis em área restrita noticias.uol.com.br.
A proteção visa evitar destruição, descaracterização e preservar a “fatia” visível da antiga cidade — mas o processo formal ainda não foi finalizado .
5. Memória coletiva e identidade cultural
5.1 O resgate das memórias
Pesquisas acadêmicas com moradores da antiga Petrolândia mostram que, apesar do avanço do progresso, sentimentos de desapego ao novo território são fortes. A memória coletiva permanece na igreja, vídeos familiares e nas histórias transmitidas a jovens — mesmo que muitos nunca tenham visto a cidade antiga pt.wikipedia.org+5revistas.ufpr.br+5noticias.uol.com.br+5.
5.2 Luto, melancolia e reconstrução
As rupturas territoriais geraram processos de luto coletivo, percepções de punição simbólica, nostalgia e desigualdade cultural. Relatos mostram frustração em relação à falta de equipamentos culturais, dificuldade em fixar a juventude local e perda de laços comunitários .
5.3 Resistência e reterritorialização
Ainda assim, grupos organizados — como o IGH de Petrolândia — têm atuado para manter viva a história e a identidade local. A nova Petrolândia festeja a coconicultura, mantém o artesanato e honra sua posição única de produtora de energia revistas.ufpr.br+1ighpetrolandia.wordpress.com+1.
6. Turismo na nova Velha Petrolândia
6.1 Principais atrativos
Além da icônica igreja, o turismo oferece:
Ilha de Rarrá: dunas de areia, águas cristalinas e esportes aquáticos;
Praia do Sobrado: praia de água doce para lazer e banhos à beira do lago;
Passeios de catamarã e lancha pela represa assisramalho.com.br+1pt.wikipedia.org+1.
Com a represa, a região também viu surgir projetos de piscicultura e ecoturismo.
6.2 Infraestrutura turística
As alternativas de hospedagem incluem chalés à beira do rio (como os Chalés Paulinelly), instalados junto aos pontos de partida para excursões ao lago whatsmygate.com.br.
Contudo, a região ainda enfrenta desafios de segurança — principalmente no trajeto a partir de Recife, que passa por áreas vulneráveis whatsmygate.com.br.
6.3 O trade turístico
Petrolândia vem fortalecendo:
Roteiros de visitação à igreja submersa em períodos secos;
Atividades de pesca, esportes náuticos e passeios em praias de água doce;
Incentivos culturais e valorização do artesanato regional nautica.com.br+6pt.wikipedia.org+6noticias.uol.com.br+6.
7. Conservação e gestão ambiental
7.1 Ameaças contínuas
Os impactos não acabam com o tombamento. A estrutura da igreja enfrenta:
Alagamentos e variações constantes do nível da represa;
Ações de vandalismo e depredação por visitantes indevidos;
Ausência de fiscalização intensa que impeça aproximação imprudente nautica.com.br.
7.2 Esforços de proteção
Desde 2020, técnicos da Fundarpe realizam avaliações, reforços estruturais e sinalização para delimitar áreas seguras — como o uso de boias navais — protegendo contra jet skis próximos demais noticias.uol.com.br+1nautica.com.br+1.
O apoio da Chesf tem sido fundamental, ao colaborar com obras e sinalização. Contudo, o processo legal de tombamento ainda precisa ser concretizado nautica.com.br+1noticias.uol.com.br+1.
7.3 Sustentabilidade
Para tornar o turismo sustentável, o ideal seria:
Amealhar recursos para manutenção periódica da estrutura;
Capacitar guias locais para monitoramento e conscientização;
Desenvolver sinalização ecológica, lixeiras e informações históricas;
Integrar a visitação com apoio à economia local, artesanato e cultura.
8. Perspectivas futuras
8.1 Valorização cultural
Com o tombamento e iniciativas de memória, Petrolândia pode transformar a "cidade submersa" em um patrimônio vivo — integrando educação e turismo histórico.
8.2 Turismo sustentável
Projetos de turismo ecológico, passeios técnicos e festivais culturais com foco na história da Velha Petrolândia podem fortalecer a identidade local e fixar visitantes.
8.3 Educação e memória coletiva
Iniciativas escolares que recontam a história da cidade antiga e promovem contato entre gerações anciente / jovem são urgentes.
8.4 Fomento econômico
Com o turismo responsável e incentivos do governo, a região pode crescer de forma integrada, preservando meio ambiente, cultura e memória.
9. A beleza dos contrastes
9.1 Uma composição fotográfica impressionante
A imagem da igreja semi-submersa, com águas tranquilas ao redor e céu aberto, é um convite à reflexão. Assim como Atlântida, a beleza da ruína submersa se consolida na brevidade da exposição — somente quando o nível de água cai.
As imagens com o efeito de luz dourada ao pôr do sol, reflexos quase invertidos e silhueta arquitetônica geram composições poéticas que encantam profissionais e amadores.
9.2 Mergulhos arqueológicos
Quando o nível permite, mergulhadores exploram partes submersas de ruas, casas e fundações — ainda cobertas de areia ou matéria orgânica. Uma oportunidade única de contato com história submersa.
10. Considerações finais
Petrolândia, embora tenha sido dissolvida em 1988, ressurge de forma simbólica e poética nas águas do lago Itaparica:
Sua igreja submersa representa memória coletiva;
O tombamento é um passo imprescindível;
O turismo pode fomentar cultura e economia local;
A conservação exige compromisso e fiscalização;
A educação é ferramenta poderosa para engajar as novas gerações.
Essa “Atlântida do Sertão” é um convite à contemplação: permanência e fluxo — passado e presente — convivem fluidamente na paisagem.
11. Iluminação com significado
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